quinta-feira, janeiro 12, 2006

Noddy no País de Brincar



Enquanto conduzia o seu táxi no País dos Brinquedos, Noddy foi apanhado numa daquelas coisas que aparecem nos filmes de ficção científica, aqueles portais que teletransportam as pessoas no espaço ou no tempo, ‘tão a ver?

E então, o nosso amiguinho do carro amarelo chegou ao País de Brincar.

Ficou a saber que é um país que se encontra à beira-mar plantado e que tem 900 anos de história, uma língua que é a 6ª mais falada no mundo e está integrado numa península, tendo por vizinho um gigante 7 vezes maior que ele.

Fica também a saber que no século passado este país teve uma história algo conturbada. Após muitos anos de ditadura o Bruxo Mau caiu de uma cadeira enquanto apanhava Sol e apesar do discípulo dele, o Bruxo Que Fingia Ser Um Bocadinho Menos Mau, ainda ter governado o País de Brincar, o povo lá o conseguiu destituir.

O país saiu da ditadura num estado lastimável: muita pobreza, um interior subdesenvolvido em relação à capital, pouco desenvolvimento, falta de formação, desigualdade social, etc...

Mas as coisas começaram a melhor e 12 anos após a revolução, o País de Brincar conseguiu um acordo com a Comunidade de Países que se comprometeu a mandar dinheiro para o País de Brincar usar para se desenvolver...

O Feiticeiro Silva, o primeiro-ministro do País de Brincar queria que o país apanhasse o comboio e fosse um bom aluno. E então começou a distribuir o dinheiro que a comunidade mandou para desenvolver o país:

E uhu! Agora é que é! Foi ver as cabeleireiras a tirarem cursos de soldadura, os escriturários a tirarem cursos de jardinagem, os soldadores com o seu diploma de esteticista, as esteticistas a aprenderem costura. Alguns até conseguiram comprar terrenos no Alentejo e jipes. Enquanto mais a Norte se preferiam os Ferraris... Construíram-se auto-estradas de Arrebimbó-Malho de Cima para a capital, mas esqueceram-se de alcatroar a estrada que a liga a Arrebimbó-Malho de Baixo. Mandaram abater-se traineiras, baixar a produção agrícola, cortar árvores, e tudo isto em troca de dinheiro. Deram-se incentivos às empresas estrangeiras para se fixarem em Portugal.

Mas, agora, vinte anos após a entrada para a Comunidade e o Noddy descobriu que o País de Brincar é um país completamente diferente: muita pobreza, um interior subdesenvolvido em relação à capital, pouco desenvolvimento, falta de formação, desigualdade social, etc...

E ninguém parece saber onde foi investido o dinheiro que a Comunidade enviou.

No entanto, o Feiticeiro Silva quer agora ser Presidente do País de Brincar e teme-se que a história se repita e mais uma vez ninguém vote nele, mas ele ganhe as eleições...

O Noddy pegou no seu táxi amarelo e tentou encontrar o portal que o levasse ao seu País dos Brinquedos, jurando ficar mais atento para nunca mais voltar ao País de Brincar...

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