segunda-feira, dezembro 20, 2004

Notícias da ZPlândia...

No outro dia... Era um daqueles dias especiais em que o meu pai fica o dia todo em casa, para brincar comigo, e me senta à noite no sofá para ver os senhores com umas camisolas vermelhas a andar atrás de uma bola (uma bola muito feia, porque é grande e de couro, não é pequena e de tecido como a minha, nem sequer dá para pôr na boca...) e a tentar metê-la num quadrado de madeira com redes e depois fica muito chateado quando não conseguem, mas os outros que não têm camisolas vermelhas conseguem... ainda não percebi como é que funciona aquela coisa, aquela caixa preta com montes de luz, som e cores... nem sei como é que aqueles senhores que o meu pai chama “o teu Benfica” aparecem cá em casa.
Mas não interessa, o que interessa e o que vos quero contar é que no outro dia, num desses dias especiais em que o meu pai está em casa, me sentaram, ele e a minha mãe, naquela cadeira de madeira que está na cozinha e me puseram à frente uma coisa redonda com uma coisa creme lá dentro. Depois, a minha mãe pôs-me um pano, atado ao pescoço, mesmo fixe para coçar as gengivas e que me fartei de pôr na boca. A seguir, a minha mãe sentou-se numa cadeira com uma coisa na mão, acho que disse que era a minha colher, e pôs a tal colher dentro da coisa redonda e tirou um bocadinho da mistela e pôs-me na boca... Hum! Era diferente do leite que a minha mãe me dá da mama, e era diferente da água, do chá das cólicas, das gotas que me dão todas as noites... Era diferente... Não é líquido, e tem um sabor muito bom. A minha mãe pôs mais vezes a colher na coisa redonda e foi pondo a mistela na minha boca... Achei que ela queria que eu engolisse aquilo e mamei na colher até conseguir. Foi giro porque também dá para pôr as mãos e pôr no pano que tinha ao pescoço que, não sei porquê, a minha mãe se fartou de mudar... Acho que tem um limite de capacidade... Depois, comecei a achar mais piada àquilo e a engolir melhor e mais depressa. Depois fui pondo as mãos na colher para analisar com o tacto e espalhei pelo pano que tinha ao pescoço ( a minha mãe conseguiu evitar que pusesse na camisola, não sei porquê, até acho que ficava giro...) e aquilo vai secando e ficando peganhento. É mesmo engraçado! Mas... o problema é que comer assim demora mais que mamar da mama da minha mãe e comecei a ficar impaciente... chorei um bocadinho, é verdade! Que seca! Já não tinha mais paciência para aquilo. Mas até gostei! E depois haviam de ver aquela coisa castanha que há cá em casa e que me lambe muito as mãos sempre que a minha mãe deixa a lamber aquilo do prato dela. Ela também gostou. No dia a seguir, que também era dos dias especiais, voltaram a fazer aquilo e comi mais um bocadinho... é bom!
Acho que agora vão passar a dar-me aquilo todos os dias e eu não me importo nada, até estou a gostar e já sei engolir muito melhor.
Adeus, depois conto-vos mais coisas. Agora, tenho de ir dormir uma soneca.
ZP

3 comentários:

Unknown disse...

Olá ZP,
Agora que já és grande - praí três vezes maior do que quando nasceste - havemos de ir todos, num desses especiais, a um sitio na rua, com muitas mesas e cadeiras, comer umas coisas redondas amarelas que não sabem assim a nada de especial, mas que são um bocadinho salgadas e beber um liquido amarelo engraçado porque tem muitas bolinhas. Se os senhores de vermelho estiverem a tentar meter a bola no rectangulo ainda melhor, pra ver se ganham e o teu pai fica todo contente, por isso o melhor é esperar por um dia em que esteja calor e que eles joguem com uns que usam umas camisolas pretas e têm perdido quase sempre...
Entretanto diz à tua mãe que queres comer é umas coisas que se chamam "BIFES" e "ISCAS" e outras que o teu pai também gosta e que se chamam "DOBRADA" e "FEIJOADA". Essas é que dão força pra crescer e poderes ser tu a meter a bola no rectângulo.
A tua mãe ainda julga que aquelas vezes em que tu fazes birras é porque tens cólicas. Tens que lhe explicar que não é isso. Podes dizer-lhe que queres é ir sair no sábado à noite e que as garinas tão à tua espera. Como as mães nem sempre percebem isso, o melhor é pedires ajuda ao teu pai, que ele ainda se deve lembrar do tempo em que era solteiro e também queria ter uma namorada.
Adeus.Agora tenho que ir fazer aquelas coisas chatas que os grandes fazem para poder comprar aquelas frutas amarelas e ovais que vêm de Almeirim.

Anónimo disse...

Nã sei do vocês estão prá i a falar. Só sei que curto à brava a mistela nova que os meus humanos me andam a dar. Não percebo porque é a cria tem direito a comer mais do que eu....EU CHEGUEI PRIMEIRO!!!!!
Cyka

Dina Almeida disse...

Ao anómino que veio defender a Cyka, devo dizer que ela não se queixa... continua a ser tão mimada quanto antes e em termos de comida estamos um bocado mais desleixados e ela tem-se fartado de comer restos... de todos os género... a única coisa de que ela não gosta é de comida de cão.
D.